MUITAS MULHERES EM UMA SÓ.
“A ideia do feminino, há muito tempo suprimida pelas sociedades patriarcais e pelo Cristianismo, cumpriu um importante papel na mitologia e nas religiões antigas. A noção de que as deusas – como Atena, Afrodite, Deméter, Ártemis, Hera e Perséfone – simbolizam características encontradas individualmente nas mulheres está mais uma vez em voga.”Os arquétipos das deusas validam as mulheres por aquilo que elas são e não por aquilo que a sociedade diz que elas deveriam ser. ” (Jennifer Barker woolger e Roger J. Wooger)
Ainda que cada ser seja único, existem semelhanças, e ainda que existam tantas coisas parecidas na humanidade, cada um é cada um. Os caminhos exigem respeito.
NO FEMININO não seria diferente, a psicologia Junguiana e a Mitologia entendem que através dos arquétipos (modelos, padrões) e dos mitos possamos entender um pouquinho mais como funcionamos, e assim estabelecer um diálogo interno com nosso EU, e a partir deste caminho partir para encontros com novas possibilidades, entender e aceitar o que é DIFERENTE.
Através das deusas da mitologia grega poderemos conhecer um pouco mais deste UNIVERSO FEMININO, tão parecido e tão diferente, nos vemos um pouco em cada mulher, mas somo tão diferentes ao mesmo tempo de cada uma delas.
1. DEMÉTER – A MÃE (Deusa do Cereal)
O MITO: Associado ao arquétipo de Perséfone (filha). Durante os dias que Perséfone esteve raptada, Deméter entrou em profundo desespero e tenta convencer Zeus a buscá-la. Como ele se negou, Deméter se ausenta do Olimpo e saiu caminhando pelo campo vestida como uma velha mendiga. Após, consegue trabalho em uma casa e se torna babá de um jovem que se chama Demofonte, o trata como se fosse um deus. Ela havia impedido que qualquer coisa nascesse sobre a terra, e todos começaram a ficar sem comida. Zeus pede a cada um do olimpo que a procure e peçam a ela que permita que os vegetais voltem a crescer, mas ela se nega a cada um deles. Então Zeus pede a Hermes que busque Perséfone e a traga de volta e ele o faz. Deméter deusa do cereal presidia abundantes colheitas. Era retratada como bonita de cabelo dourado e vestia roupão azul, sempre com sua espada de ouro ao lado. Seu símbolo principal era um feixe de trigo amadurecido. Era como deusa mãe, como mãe do cereal e mãe da jovem Perséfone. Segunda filha de Réia e Cronos, foi a quarta esposa de Zeus, (precedeu Hera) desta união nasceu Perséfone.
O ARQUÉTIPO: Nutridora e mãe, arquétipo materno, representa o instinto maternal, desenhado na gravidez. E o arquétipo a levará a depressão caso ela não possa desempenhar este papel. Os filhos são o relacionamento mais importante para ela. As mulheres deste arquétipo nutrem as pessoas a serem generosas também. O desejo de estarem grávidas é tão grande que pode acontecer acidentalmente. Nestes casos são incapazes de praticarem um aborto, mesmo que esta gravidez venha em um momento de grande dificuldade. Geralmente se envolvem em profissões em que devem nutrir ou cuidar, tais como: professoras, enfermeiras, terapeutas, babás. Alimentar as pessoas é outra satisfação das mulheres com este arquétipo, providenciam fartas refeições para a família e convidados. São persistentes quando o bem-estar de seus filhos estão em jogo, são também teimosas, pacientes e muito generosas. Quando os filhos crescem e se tornam independentes, elas se sentem sem um papel definido e acabam por entrar em depressão, que denominamos – síndrome do ninho vazio -, ela sente pesar, sua vida fica afetada por falta de significado. Quando magoadas, podem ser destruidoras, chegam a ficar dias sem falar com seus filhos, recusam aprovação.
A MULHER TIPO DEMETER: é principalmente maternal, sensata, digna de confiança, prática e realista. Quando crianças elas aparecem com bonecas no colo, brincando de serem mães ávidas para segurar seus irmãos mais novos. Na adolescência, elas desejam imensamente ter bebes e podem acabar tendo uma gravidez precoce. Se não se casa ou forma família, ela se envolve com alguma profissão que dê assistência. No trabalho ela cuida e ajuda as pessoas. As mulheres com este arquétipo que não tiveram filhos comparam-se à mulheres da sua idade que têm filhos e podem ter inveja de suas amigas que engravidaram antes delas. Têm amizade forte com mulheres do mesmo arquétipo e tendem a falar sobre bebes, ou filhos. Atraem homens que têm como o arquétipo, geralmente correspondem às necessidades dos homens e podem ficar com eles por pena, geralmente são homens imaturos, os quais elas protegem. Sua sexualidade está ligada à procriação é uma mulher que prefere ser abraçada que fazer amor. Fazem apenas nutrir o desejo do seu marido. Casamento não é importante para elas, os filhos são o principal relacionamento. Estas mulheres sentem muito a menopausa quando percebem que não terão mais filhos. Na velhice ela adequa-se bem, cuidando dos netos e mantendo-se ativa.
POSSÍVEIS DIFICULDADES PSICOLOGICAS: mulheres com este arquétipo têm dificuldade de dizer não a quem precisa de ajuda e isso pode levá-la a esgotar-se, desgastar-se muito, precisa desenvolver a capacidade de dizer não. Sentem uma imensa necessidade que seus filhos dependam dela, tendem a estimulá-los a serem dependentes. Tem dificuldade de perceber que seu comportamento e sentimento são agressivos. Precisam aprender a serem mães de si mesmas.
CULTIVANDO DEMETER: Quando tomam a decisão de ter filhos, quando cuidam das pessoas, olham os bebês e mulheres grávidas. Quando visitam os hospitais e cuidam das pessoas.
2. HERA – A ESPOSA (deusa do casamento e do compromisso)
O MITO: Hera filha de Réia e Cronos, foi engolida pelo seu pai e só pode emergir do seu cativeiro após Zeus derrotá-lo. Foi criada por pais de criação de forma muito adequada. Atraiu Zeus quando era muito jovem. Ele se metamorfoseou em um pequeno passarinho do qual Hera teve pena. Para protegê-lo Hera recostou-o contra seu peito e então ele voltou a sua aparência e tentou violentá-la. Ela não permitiu e exigiu que ele se casasse com ela para que ela pudesse aceitá-lo. Eles vivem uma longa lua de mel, mas que um dia se acabou e Zeus então voltou a sua vida promíscua. Hera tinha um ciúme vingativo de Zeus e acabava sempre dirigindo sua raiva a outra mulher e não ao marido infiel. Mesmo Zeus tendo-a estuprado e enganado muitas vezes. Hera sentia-se humilhada pelas traições de Zeus, pois o casamento é algo sagrado para ela. As vezes se isolava para punir Zeus. Com ele teve 4 filhos e teve Hefestos fora do casamento para puni-lo.
O ARQUÉTIPO da esposa, bela e real, era cônjuge de Zeus, referida pelos poetas pelos seus olhos grandes e belos, poderosa, deusa do casamento, foi difamada como vingativa e ciumenta. Nossa sociedade valoriza as mulheres bem casadas, essas mulheres são fiéis e passam por dificuldades com seus companheiros. Elas precisam de prestígio e o casamento lhe traz esse louro. Precisa ser reconhecida socialmente.
A MULHER TIPO HERA: faz do seu marido o centro de sua vida e atenção, aparece casando felizes da vida ou traída e furiosa com outras mulheres nas quais colocam a culpa. Quando criança brinca de casinha e ao crescer ajuda a mãe a cuidar da casa. Na adolescência tem sempre um namorado firme com quem sonha casar-se um dia. Procura sempre estar junta a uma jovem de status. Casa-se jovem, faz da sua faculdade um lugar para conhecer seu futuro marido muito mais que para seu conhecimento. Quando trabalha não se envolve muito, quer apenas ajudar seu marido financeiramente. Sua carreira principal é seu casamento. Não dá muita importância a suas amizades, seu companheiro é o centro das atenções, se atrai por homens bem sucedidos, competentes, é bastante submissa sexualmente, aguardando sempre que o marido a estimule. Se o divórcio for necessário ela o evitará o quanto puder. E passará grande parte de sua vida tramando vinganças para o marido. Não possui grande instinto materno, tem filhos apenas por que faz parte do casamento.
POSSÍVEIS DIFICULDADES PSICOLÓGICAS: Se desprezada pelo marido, rapidamente ela pensa que ele tem uma amante. Por viverem em funções do seu casamento, correm o risco de não serem felizes. Caso alguma coisa dê errado é preciso que desenvolvam objetivos pessoais para não se exporem tanto ao sofrimento. Geram altas expectativas nos maridos e se frustram muito, cobrando uma postura do marido que por vezes ele não consegue corresponder.
CULTIVANDO HERA: Estabelecer compromissos e envolver-se mesmo diante das dificuldades.
3. AFRODITE – A AMANTE (deusa do amor e da beleza)
O MITO: Afrodite nasceu quando os órgãos genitais de seu pai foram cortados e jogados ao mar. Nasceu já adulta e surgiu de dentro de uma concha, nua e delicada. Muitos deuses disputaram sua mão em casamento, mas ela escolheu Hefestos (deus da forja, filho de Hera), mas o traiu muitas vezes com Hares, com quem teve longo romance. Outros deuses e mortais foram seus amantes. Teve vários filhos
O ARQUÉTIPO da mulher criativa e amante. Estimulou mortais e divindades a se apaixonarem. Inspirou poesias, estátuas e discursos, simboliza o poder que transforma e cria no amor. Deusa ligada ao relacionamento da paixão e do erotismo. Valorizava as experiências emocionais com os homens mais que sua independência ou laços permanentes. Governa o prazer do amor e da beleza, sexualidade e sensualidade. Toda mulher apaixonada e correspondida está vivendo Afrodite, então se sente, atraente, sensual e amante. Pode ser mal vista pela sociedade pela sua espontaneidade e por viver de acordo com seus desejos.
A MULHER TIPO AFRODITE: sex, atraente e sensual. Valoriza o que é subjetivo, íntimo e belo. Algumas pessoas enganam-se ao se relacionar com estas mulheres, pois a atenção que ela dispensa as pessoas pode parecer que ela está apaixonada, quando não se encontra realmente. Quando crianças gosta de chamar atenção e tem seus namoradinhos, gosta de estar bem vestida e ser disputada. Ela tem consciência de sua sexualidade é preciso cuidar de sua reputação e auto estima. Alguns pais destas meninas as enfeitam e outros tentam mudar sua natureza, sendo mais recatados. Elas devem ser estimuladas e saber as consequências de seus atos, sem porém reprimir seu jeito espontâneo. Procuram homens criativos e complicados para se relacionar, podem se casar, mas terão dificuldade em manterem-se fiéis ao escolhido. Não se dão bem com mulheres que se incomodam com sua presença. Não se adaptam a trabalhos monótonos, gostam de variedade. Elas gostam de crianças, não as julga e é compreensiva com elas, lhes transmite confiança. Os filhos a vê como linda e maravilhosa, mas ela não considera a constância emocional que a criança necessita, o que pode lhes afetar a auto estima. Para uma Afrodite, envelhecer é muito difícil, por isso tem dificuldade na meia idade. Nesta fase pode se envolver com relacionamentos mais duradouros e seguros.
POSSÍVEIS DIFICULDADES PSICOLÓGICAS: Segue sua sexualidade instintiva, isto pode lhe trazer problemas sociais, relacionamentos superficiais, é preciso conter os impulsos, pensar com lógica. Podem viver o presente, mas suas ações têm consequências futuras. Quando ela aprende a refletir sobre seus atos torna-se mais responsável.
CULTIVANDO AFRODITE: Aprender a apreciar sensações mais agradáveis, diminuir o superego (excesso de controle), viver com mais prazer, aprender a dar e receber uma mensagem sem palavras.
4. ATENA – A ESTRATEGISTA (Deusa da sabedoria e das artes)
O MITO: Zeus sentia dores de cabeça e Hefestos abriu seu crânio com um machado e então Atená nasceu da cabeça de seu pai como mulher adulta, usando seu édige de ouro e de posse de sua lança emitindo um grito de guerra. Braço direito de Zeus, nunca conheceu sua mãe Métis (primeira esposa de Zeus) deusa dos oceanos, muito sábia, quando estava grávida de Atená, Zeus a encolheu e a engoliu, devido os oráculos terem lhe dito que nasceriam dois filhos: uma menina corajosa e um menino que seria o rei dos homens. Ao contrariar o destino ele assumiu os atributos dela como se fossem seus.
O ARQUÉTIPO: Filha do pai. Mulheres de mente lógica, governadas pela razão. Majestosa e bonita, guerreira e protetora de heróis escolhidos e da cidade de Atenas. Dedicou-se ao celibato e a castidade durante toda sua vida. Usando um capacete, lança e um escudo em sua mão. Sua ave símbolo é uma coruja. É prática e estrategista, valoriza o pensamento racional (o intelecto domina o instinto). Encontra-se sempre nas cidades. Age conforme seus princípios sem se preocupar com a aprovação masculina, mantém seu foco no que é de seu desejo. Segue seus próprios valores sem se preocupar com o social e convencional. Este arquétipo associado aos outros coloca lógica aos impulsos. É amiga e confidente dos homens, a companhia masculina lhe faz bem, é amadurecida, sua visão de realidade lhe faz uma adulta. (exemplos secretárias executivas, gerentes, administradoras). Como deusa das artes, Atená fazia coisas úteis e também bonitas, como tecelã usava a mente e as mãos para executar belíssimos tapetes.
A MULHER TIPO ATENÁ: Tem tino para os negócios, o comércio, são práticas, seguras e descomplicadas, desinibidas e discretas. Tem boa saúde, não possuem conflitos mentais, ativas, vestem um estilo conservador e sério. Quando criança, mostra concentração, gosta muito de ler, segue os passos do pai e é muito questionadora. Na adolescência aprende a consertar coisas, lida bem com computadores, poupa dinheiro, desvaloriza suas amigas pelos pensamentos menores, tem dons manuais, prefere amigos homens e jogar xadrez. São atentas e observadoras, planejam o futuro. Se o pai não mostra orgulho pelo brilhantismo e ambição da filha, tende a sentir-se inadequada e sem auto confiança. Quando o pai não é bem sucedido, ela não acredita em seu potencial, se a mãe for parecida com ela, se dão muito bem, caso contrário terão problemas de relacionamento. No trabalho ela está sempre ligada a um objetivo pessoal, é produtiva e está sempre ao redor da estratégia, lógica e poder. Tem grande facilidade para ensinar e são grandes professoras. Sobressai-se nas artes domésticas e está sempre atenta na estética da casa. Não espera um casamento para se realizar, ao se casar, dirige bem a casa, planeja o orçamento da família, mas vive mais uma parceria amistosa do que uma paixão. Atrai-se por homens poderosos e bem sucedidos e alia-se a eles. São impacientes com os menos capazes. Quando um homem a atrai ela se torna indispensável para ele e lhe é leal por toda a vida. Sexualmente e bastante imatura, não é sensual, nem romântica. Atená precisa viver a Afrodite para que sua vida se intensifique. Pois pode permanecer só por muito tempo, sexo para ela é apenas um papel de esposa. Não tem amigas íntimas, não se relaciona bem com as mulheres a não ser que sejam parecidas com elas. Se tem filhos os estimula a fazerem projetos e a se destacarem, tem dificuldades com filhos sentimentais. Mantém-se prática e ativa até a velhice, não sente muito o envelhecer, valorizam mais a inteligência e a competência que a beleza e a juventude.
POSSÍVEIS DIFICULDADES PSICOLÓGICAS: Com as emoções, não permite que seu lado emocional se desenvolva, deixa a vida afetiva sem intimidade, paixão ou erotismo. Não entra em contato com o maternal devido sua couraça.
CULTIVANDO ATENÁ: através da educação, do trabalho, disciplina e comportamento profissional (objetividade, ser impessoal) este arquétipo nos é muito útil quando precisamos ser lógicas e racionais.
5.PERSÉFONE : A FILHA (jovem rainha do inferno)
O MITO: Conhecida por ser a garota jovem, bonita, inocente, associada ao símbolo da fertilidade (romã, grãos, milho) por ter comido o fruto do mundo subterrâneo. Filha única de Deméter e Zeus, não existem relatos sobre as circunstâncias da sua concepção. O mito conta que ela era uma garota despreocupada que colhia flores e brincava com suas amigas, de repente surge Hades numa carruagem pegou-a a força e leva-a para o inferno a fim de ser sua noiva contra vontade. Deméter sua mãe obriga Zeus a trazê-la de volta, Zeus manda Hermes busca-la e quando este a enxerga percebe seu desespero e a leva de volta para sua mãe. A primeira coisa que sua mãe lhe pergunta é se ela havia comido algo no Tártaro. Perséfone mente para sua mãe dizendo que comeu algumas sementes de romã a força. Sendo assim Perséfone fica presa um terço do ano ao mundo de Hades. Mais tarde Deméter se torna rainha e Perséfone acolhe todos que chegam e os guiam.
O ARQUÉTIPO Das mulheres receptivas e filhas. Mulheres regidas por este arquétipo, são predispostas a não agir, mas serem conduzidas pelos outros, são complacentes na ação e passivas na atitude. O arquétipo permite as mulheres parecerem eternamente jovens, podem variar em alguns momentos parecendo jovem demais e em outros momentos rainha. São atenciosas e receptivas aos outros. Elas se adaptam aos desejos dos homens, fazendo para ele o que lhe agrada. São extremamente maleáveis
MULHER TIPO PERSÉFONE: Quando jovem encontra-se inconsciente dos seus desejos e forças, algumas encontram assim antes de casar, outras permanecem assim na maior parte de suas vidas. São livres para os relacionamentos, trabalho ou objetivos educacionais, parece eterna adolescente indecisas sobre o que querem, ficam esperando que alguém ou alguma coisa transformem suas vidas. Nossa cultura estimula a estas jovens desenvolverem um comportamento passivo e dependente. (Cinderelas e Belas Adormecidas). Atenciosas e receptivas as pessoas. Como no mito a jovem é raptada para o inferno e depois se torna rainha, na vida estas mulheres podem passar por situações emocionais corretivas que levam ao seu desenvolvimento. O informe representa as camadas mais profundas da psiquê, onde encontram os arquétipos, sentimentos e memórias, isso dá a estas mulheres facilidade para movimentarem-se no mundo real (ego). Na infância tende a seguir o que a mãe pede, seus pais a tratam como frágil, a mãe lida com ela como se fosse uma extensão de si mesma, tende a fazer escolhas pela filha. No trabalho elas se envolvem com coisas variadas. Tem muitas amigas em quem sempre evoca respostas maternais. Tem sempre uma amiga íntima que é sua confidente. Tratam os homens como príncipes, muitas vezes para conseguir separar-se da situação com sua mãe se atrai por um homem que sua mãe não aprova. Sua sexualidade após desenvolvimento torna-se apaixonada e orgástica, é como se antes ela fosse uma mulher disfarçada de garota. Geralmente se casam e são muito receptivas aos maridos. Sentem muito a perda da beleza na meia idade.
POSSÍVEIS DIFICULDADES PSICOLOGICAS: Voltada mais para os relacionamentos que para os objetivos, geralmente é passiva diante das situações, facilmente dominada pelos outros, nega a realidade, mas tende a amadurecer.
CULTIVANDO PERSÉFONE: Desenvolver flexibilidade, habilidade de ser franca, ser receptiva, estar atenta às emoções. Cultivar a relação com a mãe.
6. ARTEMIS (A IRMÃ, Companheira, Aventureira)
O MITO: Filha de Zeus e Leto, percorria regiões da floresta e montanhas com seu bando de Ninfas e cães de caça vestida com uma túnica curta que lhe permitia caçar equipada de arco e flecha era infalível na pontaria. Está sempre associada a animais não domesticados que simbolizam suas qualidades coragem, independência, proteção e liberdade. Leto sua mãe, foi amante de Zeus. Hera enciumada pela traição de seu marido, ordenou que quem recebesse Leto para ter seus filhos, seria punido. Exausta de procurar ajuda, Leto encontra refúgio na ilha de Delos e solitária aguarda a vinda de seus bebês. Quando Artemis nasce, ela ajuda sua mãe no parto de seu irmão gêmeo Apolo, o qual teve um parto difícil e demorado. Após este fato Artemis passou a ser considerada deusa do parto. Depois deste fato ela jurou jamais se entregar a homem algum. Artemis conheceu seu pai aos 3 anos de idade e o encantou profundamente, ele permitiu que ela escolhesse o que quisesse, e ela escolheu um arco e flecha e uma quadrilha de cães de caça. Ninfas para acompanha-la, e sua castidade eterna. Zeus lhe concede tudo inclusive o privilégio de fazer sempre suas próprias escolhas. Pela sua competitividade ela mata o único por quem se apaixonou, pensando ser um alvo.
O ARQUÉTIPO da Irmã. Espírito feminino independente, procura seus próprios objetivos, age por conta própria. Não necessita de aprovação masculina, não é ligada ao social ou convencional segue seus próprios valores. Competitiva, com alta concentração no que faz.
A MULHER TIPO ARTEMIS: quando bebê fica pouco no berço, curiosa, apresenta segurança. Na adolescência é exploradora, independente, ávida por aventuras condicionamento físico e competição, pode ser grande atleta. Se os pais não a apoia, ela se revolta e protesta para que não a prendam, a prisão pode ferir sua autoconfiança e auto estima, geralmente é mais forte que a mãe. Possui dificuldades com sua intimidade emocional, casamento e maternidade. O relacionamento não é o centro de sua vida, pode resultar em casamento assexuado e amigável. Para que a vida sexual se desenvolva é preciso que o arquétipo Afrodite esteja presente. Ser mãe não a realiza, ela pode escolher não ter filhos, a não ser que Deméter esteja presente, e sendo assim estimulará que sejam independentes.
POSSÍVEIS DIFICULDADES PSICOLÓGICAS: os aspectos competitivos podem ser destrutivos, caso não haja desafios poderá se sentir deprimida e frustrada. Nega necessidade do outro, mantém distância, tem imensa raiva dos homens que depreciam as mulheres, se não cuidar dessa raiva poderá ser prejudicial para si. A humildade é uma lição que ela deve aprender, anda muito centrada em si.
CULTIVANDO ARTEMES: Oferecer um tempo para si, estabelecer metas a serem cumpridas e forçar-se a realizá-las, tirar férias sozinha e aventurar-se. Organizar seus próprios valores e a vida em torno do que gosta, fazer programas ecológicos, caminhadas, jornadas poderão ajudar.
7. HÉSTIA – (A ILUMINADA) deusa da lareira e do templo
O MITO: A menos conhecida do Olimpo, não foi representada em pintura ou escultura, se representa por uma chama viva no centro do lar, do templo ou da cidade. Seu símbolo é um círculo, sua presença espiritual era como fogo sagrado que proporciona calor e iluminação. Filha primogênita de Réia e Cronos, irmã mais velha da primeira geração do Olimpo. Não fazia muita questão de seu lugar de destaque, tanto que até o cedeu para seu irmão Dionísio. É conhecida como virgem venerável e resiste às investidas de Apolo e Poseidon. Os rituais feitos a Héstia eram simbolizados pelo Fogo.
O ARQUÉTIPO: Mulher sábia e solteira. Voltada para o mundo interno, diferente de Artémis e Atená, assemelha-se a outras deusas no que diz a respeito a seguir seus próprios interesses sem temer a reprovação externa. Quando está envolvida em seus interesses as pessoas a sua volta pode passar desapercebida.
A MULHER TIPO HÉSTIA: Gosta de tomar conta da casa, é quieta e calma, protege a casa, cada detalhe do lar é fundamental e ela se sente em paz fazendo isso. Gosta de ficar sozinha. Passa sua vida no anonimato sem se tornar famosas ou colunáveis, geralmente se relaciona com mulheres mais religiosas, vive sua vida celibatária, voltada para meditação e oração. Ex. Madre Teresa, Teresa D’ávila. Como mulher mais velha ela ocupa posição de sábia. O poder e prestígio não tem valor, ela se realiza pelo que é, ela não se liga as coisas externas e possui temperamento moderado. Quando criança é comportada e calma, prefere brincar só, é ordeira e não chama a atenção. Na adolescência se isola socialmente e pode aprofundar-se nas questões religiosas, geralmente com a infância triste, pai distante e mãe sem poder (seu pai a engoliu e ficou anos no escuro). No trabalho, é ambiciosa, escolhe empregos onde passa desapercebida, faz seu trabalho de maneira segura e persevera em ordem. Destaca-se em profissões que requeiram calma e paciência.
POSSÍVEIS DIFICULDADES PSICOLÓGICAS: Sua sexualidade não é tão importante. Desligada emocionalmente, seu retraimento pode acabar permitindo que as pessoas importantes para ela não tomem conhecimento disso. Ela não permite muitas vezes que as pessoas tenham certeza do seu amor e isso pode afastá-la. Sentem-se mal quando seu trabalho não tem um significado para ela, isso a deixa infeliz e pode trazer dificuldades para conseguir dinheiro. Para desenvolver-se precisa aprender a demonstrar seus sentimentos para com as pessoas que são especiais a ela. Os valores da mulher Héstia não são bem os valores ocidentais, o que as deixam muito expostas ao meio externo, essa desvalorização tem efeito negativo para sua auto estima e ela pode se sentir inapropriada e inconsciente. Possui um jeito muito simples de ser e isto pode lhe trazer dificuldades
CULTIVANDO HÉSTIA: Ser modesta, voltar-se mais para o lar, para o serviço social, a doação, o voluntariado, ser mais simples nas coisas e na vida material. Desenvolver-se espiritualmente.
REFERÊNCIA: WOOLGER, Jennifer Barker, Roger J. Woolger , 1993 – A DEUSA INTERIOR – Tradução Carlos Afonso Malferrari, São Paulo – 2007 – editora Cutrix.