Melhor só do que mau acompanhada, frase comum no universo feminino, em dias de escassez de relacionamento maduro, como dizem…mas será que esta solidão está sendo bem aproveitada, criativa e satisfazendo de fato as mulheres. Será que quem está sozinha está aproveitando, para que o fortalecimento individual traga o amor verdadeiro e maduro e o faça ficar?
Por que a solidão e dar conta de si é tão importante? E por que parar pode ser um começo ou um recomeço de uma relação mais verdadeira e feliz, com você e com a pessoa escolhida?
Se você procura ser independente e feliz, é daquelas que acha que está na moda yes estresse, ser workaholic, e que ansiedade é normal em pessoas produtivas, você precisa amar. Na verdade você precisa parar, e SE AMAR.
Muitos são os avanços e conquistas do feminino, nas mais variadas áreas, independência ou morte está acontecendo e é um fato, mas que tipo de independência falamos? Econômica, Política, Social, Psicológica? Todas? As mulheres, o mundo, os relacionamentos, as configurações familiares mudaram e estão mudando, e nos questionando sobre o conceito de amor.
Como amar em tempos modernos? Relações abertas, diferentes, confusas, líquidas, que começam e terminam rapidamente, um já foi e o outro lá esperando, ou nem foi ainda e outro chegando. A verdade é, que se tivéssemos pessoas mais seguras e menos confusas não teríamos uma economia crescendo em escala tão grande, Nada contra o crescimento econômico ou o desenvolvimento, mas é o desenfreado e não sustentável mundo novo que preocupa. Para tampar o vazio interno, é necessário possuir muito no externo, haja visto um vazio grande em si. Nada contra se realizar comprinhas e conquistas, o importante é não nos perdermos nelas. Quanto mais a pessoas foge de si e do que tem dentro de si, mais têm a necessidade de buscar intelectualmente e materialmente fora, investindo toda sua libido em conquistar e organizar coisas, empobrecendo muitas áreas de suas vidas.
Como construir uma relação com individualidade, respeito, alegria e prazer de estar juntos, e não uma relação de dependência, ou conveniência, onde um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar, ou culpa o outro pelo seu mau-estar?
Pensar que uma pessoa é o remédio para nossa felicidade, nasceu com o romantismo, e está desaparecendo cada dia mais. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. O que facilmente ocorre é um processo de despersonalização que, historicamente, atinge mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei.
Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante, mas o que vejo é que com tantas mudanças a palavra PARCERIA tem sido uma incrível conquista entre casais. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Adm. ROBERTA GALVANI DE CARVALHO.
Consultora Estratégica e Master Coach, estudiosa do comportamento humano.
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