É PRECISO CONVERSAR, APRENDER SOBRE O NOVO, ele já está em nós e entre nós.
UMA CONVERSA DE PAPÉIS: O ÍNTIMO, O PÚBLICO E O PRIVADO, já se confundem em nossas vidas, a internet mudou nossas relações, a exposição da vida íntima inclusive. Somos afetados todos os instantes pelo poder do pensamento das massas, do capitalismo, do consumo. Exigimos e somos exigidos.
O Público seria tudo que está fora, externo e que chega em nossos lares e nossas vidas, pela TV, pelas mídias, pela moda, pelas vias de comunicação.
O Privado, o que é vivido e fica nos nossos lares.
O Íntimo, aquilo que está dentro de cada um e pertence a cada um.
É preciso construir limites em nossa identidade, fortalecer as fronteiras de nossas escolhas, de forma saudável. É preciso dar sentido às nossas relações e avaliar os resultados dessas relações.
As mulheres, mais do que cuidar, aprenderam a trabalhar dentro e fora de casa, é preciso avançar nos diálogos que incentivam os homens a aprenderem esse cuidar. Que fique claro aqui, que não há neste texto nenhuma pretensão feminista ou machista, mas uma expressão de direitos e necessidades que são humanas e não apenas de homens ou mulheres em particular.
Nós que já fomos crianças, sabemos da importância dos cuidados de uma mãe, de um pai, ou de qualquer cuidador que seja. Existem muitas teorias que tratam da importância da qualidade dos cuidados, e mais precisamente da qualidade do AFETO dessa relação, fatores importantes para formação da personalidade. Fatores esses que afetam diretamente em nossa sociedade. (segundo Freud, Melanie Klein, Ana Freud, Joel Birman, Hellen Bee,etc)
As mulheres aprenderam novos papéis, acumularam mais tarefas, além de esposas e mães, conquistam novos poderes todos os dias, novas funções, e agora estão em busca de novas relações. Um respeito maior consigo mesmas. Todavia estas conquistas e tantas vitórias, e tanto poder, essas mulheres ficaram sobrecarregadas, e culpadas. Pois como seriam capazes de suprir tudo?
A ausência paterna, aceita naturalmente pela sociedade patriarcal há tempo, abre mais uma lacuna na vida dessas crianças, agora a ausência materna, devida as novas conquistas das mulheres. Todos protegidos pelo discurso capitalista do afeto com qualidade e não pela quantidade, mas o fato é que essa ausência parental compromete mesmo. Principalmente nos primeiros anos de vida, onde a criança necessita do amparo da mãe e posteriormente do amparo e da presença do pai, informações saudáveis que a deixe segura.
Ganhamos o espaço, o dinheiro, mais conforto, mais conhecimento, e ficamos muitas vezes sem amparo. Os filhos das creches, os cuidados pelas avós, pelas babás.
Seria esse o melhor caminho para sociedade? Homens e mulheres terceirizando seus papéis parentais. Estamos satisfeitos com a sociedade de homens e mulheres que somos e geramos? Em que temos investido nosso tempo, nosso trabalho, nossa energia, nosso dinheiro, nosso afeto, como nos relacionamos com cada uma dessas coisas e principalmente conosco e com as pessoas.
Os homens também precisam desse aprendizado, existem novos espaços, e novas conquistas, com novos prazeres para serem divididos. Assim como elas aprenderam a sair de casa e ocupar o lugar público, o homem precisa sentir o gosto pela conquista do privado e se fortalecer no seu papel.
Homens e mulheres que conversam sobre suas necessidades de forma civilizada, se respeitando e trabalhando essas necessidades, geram mais possibilidades de completude e ganha-ganha na relação, vão mais longe juntos.
Quem ganha? Todo mundo ganha, os casais ganham, os filhos ganham, a família ganha, a sociedade ganha, talvez o sistema capitalista perca um pouco, considerando que teremos pessoas mais felizes juntas.
Já que as mulheres foram para o mercado de trabalho, batalham por direitos iguais, conquistaram o voto, mercado, salário, pagam contas, é muito justo que tenham suas culpas minimizadas com a real participação dos homens nos inúmeros afazeres domésticos que ela teriam acumulado ao longo do tempo. acrescentando ainda a cobrança do padrão de beleza, muito diferente do padrão aceito pelo masculino.
A mulher mudou? Não a mulher está mudando, dando voz a sua natureza e conquistando espaços antes proibidos, assim deixando também alguns espaços que os homens mais preparados buscam ocupar.
Se hoje é difícil para os homens encontrarem seu lugar, em meio a tantas mudanças de paradígmas, para as mulheres já foi mais difícil também. Ainda existem muitos desafios pela frente, para ambos. Sem radicalismo, uma busca pelo equilíbrio.
As crianças também querem seu lugar, são os novos sujeitos do hoje e do amanhã.
É preciso pensar no que estamos criando.
ROBERTA GALVANI DE CARVALHO
Consultora Estratégica, Master Coach , estudiosa do Comportamento Humano
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